Minha resenha, Autora Ione - AI, NÃO! PARA, CONGELA

 mel Ai, não! Para, congela

            Essa é a história de Tony, um professor que se vê envolvido em um assassinato e acaba como alvo do assassino, e Mac um detetive da divisão de homicídios.

           

            Tony quase vê um assassinato ser cometido, e a palavra-chave aqui é QUASE, ele não vê  absolutamente nada mas, quem diz que o assassino acredita nisso? Esse é o ponta pé inicial para essa história envolvente, e também é assim que ocorre o primeiro encontro entre os personagens principais, o detetive Jared MacLean(Mac) se impressiona quase imediatamente com a beleza de Tony mas, Mac está muito fundo no armário para agir sobre sua atração para o belo professor, então Tony que de bobo não tem nada(ele não ía deixar o bofe escapar tão facilmente, né!?) toma a iniciativa depois de sofrer um ataque por parte do assassino.

           

            Gente, que ideia foi aquela de beijar o detetive(adorei) sem ter nenhuma indicação se o cara era gay? o que o Tony estava pensando? Ele se arriscou demais, e se o Mac se sentisse ofendido e partisse pra cima dele? Eles não poderiam nem mesmo ser amigos, ainda bem que deu certo, e Mac acordou pra vida!

           

            Eu adoro histórias assim, com personagens realísticos e bem comuns,  sinto como se eles estivessem ali ao meu lado narrando a história. Se a intenção da autora era escrever um romance que não fosse todo meloso e tão doce que o leitor tivesse que sair correndo pra fazer um exame de glicose assim que acabasse de ler, ela pode comemorar, pois atingiu seu objetivo. Lições de Vida é tudo, menos um romance água com açúcar, ele tem os ingredientes na dose certa para prender o leitor, tem mistério, ação, romance, drama e um pouco de humor.

           

            Agora vou analisar alguns trechos que realmente me intrigaram ou deixaram pontas soltas inexplicáveis, porque nada é perfeito e esse livro não é uma exceção.

            “Agora,” Mac disse, quando a história básica estava coberta, “Conte-me sobre Brian Westin. Você não tem nenhuma dúvida de quem seja o homem morto?

            Ai, não! Para, congela! Essa não foi a pergunta mais inteligente que um detetive poderia fazer a uma testemunha que trabalha diariamente com a vítima, como ele pôde até mesmo supor que o Tony não saberia com exatidão a identidade do cara? Quer dizer, ambos eram professores que davam aula na mesma escola durante o mesmo período, e para completar, além disso tudo, ele já ouviu falar em reunião de professores?

            Outro ponto que me chamou a atenção é que Tony passa por todas as agruras de assistir um outro professor morrer em seus braços, ser ameaçado e caçado pelo dito assassino que acreditava ser ele uma testemunha, e em nenhum momento ele dá um telefonema para acalmar seus familiares e amigos que muito provavelmente souberam de tudo através do noticiário. Se ele fosse da minha família e o assassino não o matasse, depois disso eu mesma faria, que porcaria de falta de consideração é essa com os pais, que pra piorar moram em outro estado então não poderiam simplesmente entrar no carro e ir verificar como ele estava pessoalmente? Se ele fosse filho da minha mãe ou meu com certeza seria um homem morto logo depois de ter certeza de que ele estava inteiro.

           

            E o Mac então? Além dele se enfiar no armário(arrastando o Tony com ele) e ficar lá no fundo se fingindo de morto, passa quase o tempo todo do início do relacionamento com Tony com medo da prima(foi só eu que tive vontade de matar a vadia preconceituosa?) que toma conta da filha dele descobrir que ele é gay e resolva tirar-lhe a guarda da menina por isso, ALOOOU, ele é um policial caramba, será que ele nunca ouviu falar de leis? Advogados? Direitos paternos? Constituição? Será que ele não enxerga o risco à que ele está expondo a filha? Ela pode acabar como uma barata de igreja preconceituosa como a referida ‘dama’ por pura covardia dele, que pai gay quer que sua filha seja homofóbica? Sem falar que a mulher ainda fica tentando jogar a menina contra o pai, falando mal dele para ela, jogando suas amarguras e frustrações na pobre criança. Mas Mac tem tanto medo que alguém descubra seu grande segredo, que ele nem consegue raciocinar direito, ele acredita fielmente que vai perder a filha e o emprego, que a terra vai sair do eixo e que todos vão tratá-lo como se ele tivesse alguma doença altamente contagiosa, o nome disso? COVARDIA.

           

            Nem vou comentar a falta de sofrimento de Tony com a morte do amigo, sendo que o coitado morreu no lugar dele, se fosse comigo eu levantava do túmulo só pra questionar que porra de amizade era essa, eles eram melhores amigos e além do Tony guardar segredos sobre o relacionamento com o policial ele também não dá mais que dua lágrimas pelo assassinato do amigo? Eu que não ía aceitar isso calada, voltava só pra assombrar o cara.

            Mas são exatamente essas coisinhas que transformaram o livro em um bom livro, tudo isso que comentei de forma alguma prejudica a história, pelo contrário, torna-a verídica, nos inspira a participar da trama, nos faz sentir o batimento cardíaco dos personagens, sua respiração, seu suor, e nos torna voyeurs nas cenas quentes.

           

            Eu gosto de livros assim, vivos e pulsantes, que me fazem prender a respiração nos momentos de tensão. Recomendo a quem não leu ainda Lições de Vida que o façam imediatamente, nem que seja para discordar do que eu disse aqui.

           

Esse foi só o primeiro livro, aguardem mais vindo por aí e não deixem de comentar, beijos e até o próximo.

           

Livro resenhado:  K.H - LIÇÕES DE VIDA 01 –LIÇÃO DE VIDA

           

           

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